Ao sair às ruas, sempre me pego observando tudo e todos.
Vejo que cada qual carrega em seu semblante: cansaços, tristezas, procupações, angústias, além das máscaras " necessárias" para cada ocasião.
Será que o que sorri, sabe o verdadeiro significado da palavra sorrir, ser feliz? E o outro que tem estampado no rosto as amarguras da vida, será que realmente sofre? Ou a busca incessante de bens materiais, a corrida cada vez mais veloz para alcançar sempre o topo, o deixa estafado; que nem percebe que a vida está passando e ele nem parou pra viver.
Vejo crianças que passam, pedem ajuda e ninguém as nota.
O tempo é curto. "Time is mono", diz a "burra sabedoria" popular.
E sem conseguir nada, vão-se os pequeninos. No seu olhar inocente, o desgaste e a tristeza de quem já conheceu da vida todos os desenganos.
Mais uma noite mal dormida e a espera de que no outro dia tudo possa melhorar.
Desamparadas, sós, às vezes sem forças, vão a luta para sobreviverem.
Vencendo as guerras das ruas, do descaso, do alimento, até mesmo do jornal que servirá de cobertor para proteger-lhes do frio.
A luta é constante, a disputa é grande e a misericórdia dos homens há muito definhou.
Então me pergunto: - Será que algum dia isso vai mudar?
A criança que hoje pede faminta, será o mendigo de amanhã? Ou simplismente um rosto no jornal ilustrando a violência de mais uma chacina!
Ou até mesmo aquele indigente encontrado, sem nome, sem sobrenome!?? E o que importa? Nem fazia parte da sociedade, só um número de estatística! Soube-se de sua existência porque "morreu na contramão e atrapalhou o trânsito".
O egoísmo toma conta do mundo.
As mentes ensandecidas acham tudo natural.
É sempre cada um por sí, gritando, cantando, correndo, chorando, sorrindo... com ou sem "máscaras", de qualquer maneira.
Então lembro-me de uma frase que um dia ouvi; e olhando para o céu digo :- "Senhor Deus, reformai o nosso mundo a começar por mim!"
Cidinha Alto Astral
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